sábado, 5 de novembro de 2011

Insano


Eu escrevi mil coisas, mas nenhuma "digna". É insuportável ver que depois de toneladas de pensamentos, a minha mente insatisfeita e nostálgica será sempre a mesma. Então, com a permissão de Renato Russo digo que vai o de sempre: nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu. Porque mesmo com tantos motivos para deixar tudo como estava, eu não desisti e nem tentei, e por isso estou aqui hoje, parecendo irritantemente parada, imóvel, na cura de todas as mágoas, o tempo.

Confissão


Pra ser sincera, é o diferente que ainda me fascina, o único capaz de me tirar do tédio infinito de ser eu. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O sistema é mau

Se pudesse destacar uma frase para a última semana que passou destacaria Caio Fernando Abreu citando como às vezes é mais eficaz mudar o livro ao invés de simplesmente virar a página. Estamos fazendo tudo do jeito errado, óbvio. Comecei a pensar quantas milhões de vezes me enganei quanto a isso, quanta coisa já não vale mais nada, já não tem solução e que continuamos a insistir, como se ainda pudéssemos salvá-las. Como se pudéssemos. Como se ainda houvesse tempo. Há muitas coisas que precisam ser mudadas, há muito o que fazer numa eternidade (não) tão longa assim. E quem me garante que não é tudo novamente em vão? Somos uma "legião de urbanos" se destruindo pelo mesmo pedaço do bolo. E mais uma vez eu só peço coragem porque tenho uma estrada cheia de buracos e cacos de vidro para percorrer, o que me lembra que caso me machuque não sei como serei curada, não sei ao menos se sei ler as placas em meu caminho e desvendar tantos mistérios. Dane-se. Ninguém se importa. Ninguém muda isso. Vamos assistir a um jogo de futebol em um caro estádio e ficar felizes. Foi o meu pai quem pagou.

domingo, 14 de agosto de 2011

Meus mil finais felizes

Eu não escrevo mais, não me sinto á vontade como antes. Sei que não existem momentos para escrever, mas bom, se existissem, este não o seria. Eu não escrevi por tanto tempo porque realmente nada aconteceu. Minha mente permaneceu agitada como sempre, mas o mundo parou (por mais que não pare!). Talvez o tédio faça isso. A mesmice, além de enjoativa, é agora também uma desculpa para apoiar-me em fatos passados e presumir que apesar de seus apesares, o "antes" tinha lá suas vantagens. Não queria ter de chegar a tal conclusão, mas escrevo isto sem qualquer paixão, numa tentativa desesperada de botar para fora e superar duas vezes as mesmas histórias. Desta vez, com meus "mil finais felizes" completamente imaginários e adaptados à minha monótona realidade social e afetiva. Por fim, por mais que passe o tempo, as memórias não passam, estarão sempre ali, a me lembrar que sou humana. 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

8760 horas

É difícil escolher certos e errados. Ontem eu senti falta de um alguém. Eu pensei ser a única certa, achei que para sempre poderia manter minha marra de racional. Não foi bem assim. Eu aguentei bastante, talvez o suficiente para suportar nos primeiros momentos. Achei que iríamos rir juntos e falar mal das pessoas que nos confundiram. Ou achei que iria te encarar como uma página virada para sempre, mas como já descobri, o "para sempre" não existe. Esse pode ser só mais um lapso, pode ser real, ou "apenas uma tentativa desesperada de sair desse abismo", como uma vez sabiamente diagnosticaram. Essa queda de memória, a certeza de que só o que foi bom ficou me faz sonhar coisas estranhas, que só mostram que durante todo esse tempo, alguém se importou comigo sim, mas eu não percebi. Achei que seria fácil encontrar sua cópia melhorada na esquina. Ruim, péssimo. Não foi. Preferia esquecer tudo. Por que não? Achei tudo errado, joguei tudo para o alto. Agora tenho que aceitar viver encanada. A pensar como poderia ter feito tudo diferente.

Só espero ter esquecido essa recaída imbecil pela manhã.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Saída

O presente simplesmente não existe. Eu pisco e o "agora" se transforma em passado. Ora, só nos resta o futuro.

Sentidos

Às vezes sinto falta de controlar minha própria mente. Chego a um ponto crítico, onde real e imaginário se confundem, não posso me permitir ao medo, torço para que tudo seja mera fantasia.

domingo, 3 de abril de 2011

Você passa, eu paro

Lidar com desenganos é algo infinitamente mais complexo do que a mente humana pode supor. Não é uma questão de perder o chão. É uma questão de procurar um. Estou farta de tapetes atraentes, porque apesar de realmente atraentes, sei que sempre estarei em queda livre após tentar o primeiro passo, são todos falsos, não há nada por baixo. E então eu caio, e continuo caindo, como se nunca fosse parar.
Eu sou uma contradição. Eu não preciso que isso faça sentido, porque eu sei que não faz. Você foge da minha mão toda vez. Não quero mais saber. Você era mais um tapete, tão falso quanto as minhas esperanças ao seu lado.  Pode ser que tudo seja mesmo uma questão de saber o que é mais importante para mim. Mas eu não sei o que me importa agora. Tenho uma eternidade para descobrir.
De qualquer forma, o cansaço de tentar faz de mim só mais uma incorrigível. Só quero uma saída de emergência, só quero chegar logo ao final.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Início, meio e fim

Acordei e senti uma pontada de medo. Levantei mesmo assim, me forcei a pisar com o pé direito. Bobagem. Sentia dor. O dia parecia sinônimo de sacrifício, cansaço e impaciência. Mais uma vez. Mas desta vez era tudo incrivelmente forte, mexia com as pessoas ao meu redor, não somente comigo. Não era um dia comum, havia algo a ser festejado. Alguns sorrisos foram dados, quase esqueci da "macabricidade" daquele dia. E num segundo de distração, vozes me incitavam a reviver algo triste, talvez não seja esse o adjetivo que caiba melhor a tudo isso, talvez seja. As vozes não queriam, eu não queria. Na verdade só queria que elas também pudessem me ouvir e não somente eu a elas. Gostaria muitíssimo de ter derramado algumas lágrimas naquele momento, não poderia. Apenas tentei ser normal, mas alguns passos me fizeram ouvir um choro de criança. Desesperei-me. Lastimei. Havia em mim uma incontrolável vontade de acalentá-la. Não poderia. Era apenas uma voz. Não, eu amava aquela voz, e mais que isso, sofria por ela. Enquanto isso, do outro lado, o silêncio era assustador. Senti medo pela "trocentésima" vez em menos de vinte e quatro horas. Tentei mostrar o quanto precisava dela. Mas não daquela forma. Disse a voz que a amava. Parecia surreal. Um pesadelo. Cheguei ao meu quarto com a sensação de que ele, foi o único que, naquele dia, alcançou a paz em mim. Antes de atingir a inconsciência, pressenti que mais do que nunca o futuro é a esperança de um presente que tem como culpado o passado.
            Acordei e senti uma pontada de medo. Levantei mesmo assim. Qualquer pé estava de bom tamanho.

Melancolia casual

Existe algo de muito peculiar, beirando o inexplicável acontecendo comigo neste momento. Não sei de nada, não sei o que esperar dessa coisa toda. Quero olhar para trás e ver como tudo era perfeitamente lógico e eu não conseguia e nem podia ver. Não sei o que estou sentindo. As situações, as pessoas, estão mexendo comigo bem mais do que gostaria. A previsibilidade é entediante. A imprevisibilidade é perigosa. E a vida. A vida é mais do que nunca agora. Porque, no final das contas, só é mesmo feliz, aquele que consegue não por o que os outros pensam por cima de suas próprias opiniões.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sabe o "para sempre"?

Eu estou começando a achar que nada é mesmo "para sempre". Por mais que seja lindo de se dizer o contrário. A verdade é que poucas coisas alcançam a eternidade. Amizades, não, sinto muito te decepcionar, nem elas, pois é, nem elas. A vida é um ciclo de coisas, de pessoas, prazeres, vontades, que raramente voltam ao ponto inicial. A vida é a metamorfose constante do ser humano. O passado sempre errado, e futuro, carregando a esperança de sarar nossas mágoas. Mágoa, dor de alma, "BFF" da solidão contínua. Quase me esqueci, meu espelho é pra sempre. Não minha imagem refletida, também não sou, mas o que transmito, a energia que transbordo, minhas atitudes, estas sim, ficam pra sempre.