sábado, 27 de novembro de 2010

Sabe o que é mais estranho?

Minha alma tem sede de novas histórias, e quando algo começa a se tornar repetitivo, ou quando nada acontece, é como se uma espécie de tédio me sufocasse. Eu não quero uma vida perfeita, mas preciso de movimento, onde as coisas aconteçam. E para que o tédio seja quebrado, muitas vezes me pego como autora de minhas próprias histórias, quando aqui, sou tudo que apenas sou, a princesa, com seus príncipes e castelos de areia que não cansam de desabar. E eu sou como as ondas, "nalu", sendo capaz, de mesmo sozinha fazer desmoronar os frágeis castelinhos construídos com meus breves "pra sempres" que ainda me surpreendem e eu não sei porque. Eu sou como as ondas, porque também tenho meus dias de agitação, e de inquietude, uma vez que em outros dias, sou mansa, apenas deixando que os ventos me levem. Eu sou como as ondas porque também quero o meu espaço e luto por ele a cada dia.
Mas sabe o que é mais estranho? Ser três personagens de uma mesma história. Eu sou a princesa, as ondas, e o próprio castelo de areia, que cada vez mais me constitui, a ponto de querer ser maior que eu. O castelo são os sonhos, e nele, a princesa deposita todas as suas expectativas, que às vezes são tão irracionais e inconsistentes que vêm abaixo na primeira onda de incerteza de minha mente.
Independentemente da identidade das personagens que a definem, a minha vida será sempre a construção incessante de castelos, a paciência interminável da princesa e a beleza infinita das ondas.