domingo, 22 de julho de 2012

Coragem de ser



Eu acho digno poder falar o que eu estou pensando. Mas bem, isso exige muita coragem. Eu acho justo dizer o que eu quero, e dizer também que (talvez) não estou aberta a negociações. Mas isso com toda certeza, exige mais coragem ainda. Pensar demais pode muitas vezes me ter feito andar para trás e regredir nas minhas decisões. E dentre essas tantas vezes em que não fui adiante, provavelmente estava errada em algumas, e estava certa em muitas. Eu sei o que estou fazendo. Eu sei no que eu acredito. A questão não é essa. Eu só quero poder ser sincera comigo mesma. E pra ser sincera... eu tenho muito medo disso tudo. De tudo acabar mal. Porque é claro, sempre existe essa possibilidade. Conhecendo-me do jeito que conheço, eu ia acabar fechando esse texto com algo do tipo: “O que é a vida senão correr riscos? Vou ser feliz. Beijos.” Só que agora é diferente. Bem menos simples. Então vou fechar dizendo algo mais. Correr riscos pode ser uma delícia. Mas tudo que é uma delícia engorda.

Pois é.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

P.S.: Não estou nem aí se amanhã não for nada disso.

Eu tenho que dizer que existem coisas que não podem ser planejadas. Tenho que dizer que são as melhores coisas. É realmente uma delícia ver como não esperar nada de alguém faz tudo que vem dela ser lucro! Tenho que dizer que a minha vida está exatamente como deve ser, como gosto que seja, com um turbilhão de acontecimentos e informações onde quase não se dá pra assimilar tudo, refletir, escrever, que seja. Eu vejo movimento, vejo verdade, vejo o que quero ver e estou muito feliz assim, obrigada. Vejo o que há por dentro, e lá é um lugar muito bonito. Vejo flores, passarinhos verdes, música, surpresas, saudade de 2 dias. Está tudo azul. Aqui é um lugar quente e aconchegante no qual eu jamais deveria sair. Eu quase posso flutuar. E não estou preocupada em cair, finalmente tenho um chão. Finalmente não preciso olhar para trás e imaginar como seriam se dessem certo coisas que sequer deveriam ter acontecido. Finalmente posso olhar para frente, para onde se caminha.

sábado, 5 de novembro de 2011

Insano


Eu escrevi mil coisas, mas nenhuma "digna". É insuportável ver que depois de toneladas de pensamentos, a minha mente insatisfeita e nostálgica será sempre a mesma. Então, com a permissão de Renato Russo digo que vai o de sempre: nada mudou, mas eu sei que alguma coisa aconteceu. Porque mesmo com tantos motivos para deixar tudo como estava, eu não desisti e nem tentei, e por isso estou aqui hoje, parecendo irritantemente parada, imóvel, na cura de todas as mágoas, o tempo.

Confissão


Pra ser sincera, é o diferente que ainda me fascina, o único capaz de me tirar do tédio infinito de ser eu. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O sistema é mau

Se pudesse destacar uma frase para a última semana que passou destacaria Caio Fernando Abreu citando como às vezes é mais eficaz mudar o livro ao invés de simplesmente virar a página. Estamos fazendo tudo do jeito errado, óbvio. Comecei a pensar quantas milhões de vezes me enganei quanto a isso, quanta coisa já não vale mais nada, já não tem solução e que continuamos a insistir, como se ainda pudéssemos salvá-las. Como se pudéssemos. Como se ainda houvesse tempo. Há muitas coisas que precisam ser mudadas, há muito o que fazer numa eternidade (não) tão longa assim. E quem me garante que não é tudo novamente em vão? Somos uma "legião de urbanos" se destruindo pelo mesmo pedaço do bolo. E mais uma vez eu só peço coragem porque tenho uma estrada cheia de buracos e cacos de vidro para percorrer, o que me lembra que caso me machuque não sei como serei curada, não sei ao menos se sei ler as placas em meu caminho e desvendar tantos mistérios. Dane-se. Ninguém se importa. Ninguém muda isso. Vamos assistir a um jogo de futebol em um caro estádio e ficar felizes. Foi o meu pai quem pagou.

domingo, 14 de agosto de 2011

Meus mil finais felizes

Eu não escrevo mais, não me sinto á vontade como antes. Sei que não existem momentos para escrever, mas bom, se existissem, este não o seria. Eu não escrevi por tanto tempo porque realmente nada aconteceu. Minha mente permaneceu agitada como sempre, mas o mundo parou (por mais que não pare!). Talvez o tédio faça isso. A mesmice, além de enjoativa, é agora também uma desculpa para apoiar-me em fatos passados e presumir que apesar de seus apesares, o "antes" tinha lá suas vantagens. Não queria ter de chegar a tal conclusão, mas escrevo isto sem qualquer paixão, numa tentativa desesperada de botar para fora e superar duas vezes as mesmas histórias. Desta vez, com meus "mil finais felizes" completamente imaginários e adaptados à minha monótona realidade social e afetiva. Por fim, por mais que passe o tempo, as memórias não passam, estarão sempre ali, a me lembrar que sou humana. 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

8760 horas

É difícil escolher certos e errados. Ontem eu senti falta de um alguém. Eu pensei ser a única certa, achei que para sempre poderia manter minha marra de racional. Não foi bem assim. Eu aguentei bastante, talvez o suficiente para suportar nos primeiros momentos. Achei que iríamos rir juntos e falar mal das pessoas que nos confundiram. Ou achei que iria te encarar como uma página virada para sempre, mas como já descobri, o "para sempre" não existe. Esse pode ser só mais um lapso, pode ser real, ou "apenas uma tentativa desesperada de sair desse abismo", como uma vez sabiamente diagnosticaram. Essa queda de memória, a certeza de que só o que foi bom ficou me faz sonhar coisas estranhas, que só mostram que durante todo esse tempo, alguém se importou comigo sim, mas eu não percebi. Achei que seria fácil encontrar sua cópia melhorada na esquina. Ruim, péssimo. Não foi. Preferia esquecer tudo. Por que não? Achei tudo errado, joguei tudo para o alto. Agora tenho que aceitar viver encanada. A pensar como poderia ter feito tudo diferente.

Só espero ter esquecido essa recaída imbecil pela manhã.